"Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e
sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade."
(Nietzsche)


domingo, 26 de outubro de 2008

Sobre a raiva e afins

Hoje, eu acordei com uma ligação dele. Sem propósito, sem interesse... por algum motivo desconhecido. Ainda dormindo, resmunguei palavras torpes e disse que retornaria mais tarde.
Retornei... Conversa ainda sem propósito e sem interesse, mas uma boa conversa. Senti algo diferente. Não sei o quê, nem como!
Esse final de semana tinha sido importante para mim. Eu decidi encarar as coisas de outra forma. Percebi que eu não precisava ser sempre sincera, nem sempre prestativa. Resolvi não ligar mais para ele, pois isso incomodava. Vi que precisava prestar mais atenção aos outros caras que me ofertavam carinho, atenção, amizade... que eu estou sozinha por opção e que, definitivamente, namorar não era uma boa idéia. Decidi congelar esse blog, uma vez que o propósito dele não mais existia.
A praia estava ótima... eu conquistei mais um amigo... eu entendi que amizade não é, necessariamente, só amizade. Fui incrivelmente paciente com tudo aquilo que me irrita. Recebi elogios sem o pessimismo habitual. Sorri como há muito tempo não conseguia, mesmo com tudo dando errado... mesmo me sentindo vazia... mesmo não me entendendo.
Veio a noite e tudo isso desandou!
Maldito msn! Onde as frases precisam ser interpretadas e as pessoas sempre acham que te conhecem. O mesmo que vicia pelo simples fato de distrair. Aquele onde você fez amizades verdadeiras e que saíram do computador. A porcaria que te faz perder tempo ao invés de estudar. Um meio de conversar com seus amigos e sua família, mesmo distantes.
A culpa é minha, eu sei!!!!!!!!!
Não a culpa por ele ter um humor instável. Não! Culpa por ninguém acreditar que eu possa mudar. Por eu não me enquadrar na boazinha. Por deixar que as pessoas me achem superficial e clichê. Por essa minha inteligência-cega-burra, que me faz parecer previsível. Por esse meu lado passional estonteante.
Culpa por estar chorando!
Eu estou com raiva! Quando tenho raiva, eu choro... e fico com mais raiva. E nem me venha perguntar se eu choro porque tenho raiva, ou se tenho raiva porque choro. É um ciclo vicioso e viciante. Só sei que estou chorando e com raiva.
Raiva de mim, dele, do mundo...
Raiva por querer mandar todo mundo para a CASA DO CARALHO! [Pode me chamar de desbocada e mal-educada!]. ESTOU PUTA MESMO!!!!!!!
Está se perguntando o porquê, não é mesmo????
Porque eu sou de carne, osso e corre sangue nas minhas veias.
Porque eu tenho direito de ser tratada bem, quando trato bem.
Porque eu não sou "umazinha" qualquer.
Porque eu peço desculpas sem ter que pedir, só para me sentir melhor.
Porque eu sempre passo a impressão de que podem me manipular.
Porque nem eu mesma sei o porquê de postar essa porcaria!
Grosseria... eu odeio grosseria!
Mesmo que para você não tenha sido... mesmo que tenha sido sem intenção... mesmo que me peça desculpas!
Eu odeio mulherzinha... odeio dar chilique... odeio ter que odiar alguém.
Sabe o que mais odeio?
Odeio saber que essa minha raiva vai passar e vai acontecer tudo inúmeras vezes.
Porcaria de lágrimas teimosas. Teimam como eu... burras!
Morra enforcada em um pé de alface! Louca-desvairada-inconsequente!
Odeio essa minha falta de paciência constante... esse meu jeito "novela mexicana" de encarar as coisas... essa minha mania de morder o canto esquerdo do lábio inferior, enquanto balanço freneticamente a perna direita... essa minha coragem pequena de mudar tudo o que estava decidido, só porque nada disso faz sentido!
Eu quero a coragem dos loucos. A inconsciência dos fatos. A disciplina que eu perdi. Quero desengasgar esse grito preso. Esse sentimento conhecido de que já coloquei tudo a perder. Que meu coração grande murche e fique amargo, só porque eu estou triste! [Não era com raiva??] Que o mundo exploda e eu vá parar em Mercúrio, onde tudo ferve. Que eu não me sinta culpada sozinha.
Eu odeio esse meu orgulho besta! Que me impede de pedir o que preciso... não me deixa chorar o quanto eu quero... só por ser perigoso ser pega em tão estúpido flagrante!
Comportamento piegas o suficiente para você deixar de ler essa MERDA e procurar algo útil para fazer!
DESABAFEI!
Morra você, ele, eu, Mercúrio e tudo mais!
Como sempre sou idiota... desculpas pelo post tosco!
De acordo com Confúcio:"Um homem enraivecido está sempre cheio de veneno. Se não encontrar onde derramar, irá derramar dentro de si mesmo."
William Arthur profetiza: "É sábio direcionar sua raiva para problemas - não para pessoas; focalizar suas energias em respostas - não em desculpas."
Mas, eu não passo de uma idiota boazinha andarilha da maldade.
Sempre em contradição,
Srta Emy.
*P.S.: Foi THE END!!!!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O doce-de-leite-que-descongelou

Finalmente...
O Nerd-Canalha saiu do computador!!
Na verdade, pareceu que eu é que tinha entrado.
Não fui pontual no encontro... Calma, eu avisei! Foram só 15 minutinhos!!
Atravessando a passarela de um shopping para o outro, ele me reconheceu. Foi confuso, a câmera dele engana! Mas a expressão dos olhos era a mesma... o cheiro do perfume, já sabido, era o mesmo... o jeito de mexer no cabelo era o mesmo... a voz que eu ouvia nas madrugadas também era igual. O charme era maior...
Estávamos naquele ponto, onde é necessário sair do virtual. Tentar transportar toda aquela cumplicidade para o real. E eu, que nem sei pedir nada, sugeri o encontro... a promessa foi feita: se não fosse naquele sábado, não seria mais.
Tive medo de decepcionar, de verdade! Fui, disposta a ser eu... sem jogos, sem dissimulações, sem expectativas grandiosas.
Ele, sempre analítico e com uma visão periférica excepcional. Eu, sempre sorridente... com esse jeito de menina-mulher, sempre atenta... sempre procurando os olhos dele.

Inteligência x Espontaneidade / Nerd-Canalha x Doce-de-leite-congelado

A conversa discorria com o mesmo ritmo, a mesma cumplicidade. Ele percebia as covinhas quando eu sorria. Eu percebia seus olhos apertados. A fluência era, algumas vezes, interrompida pelo meu cantarolar de uma música oriunda da "MPB ao vivo".
Antes de qualquer coisa, havia amizade e confiança entre nós. Mesmo com um discurso qualquer, onde apareciam palavras como "dicotomia", havia liberdade... nos sentíamos à vontade. A educação dele me impressionou: sem esforço, casual e intrigante. [Por motivos que não vêm ao caso!]

Aquela nossa brincadeira de deduzir pensamentos e situações tinha a mesma graça pessoalmente. No entanto, esperamos a hora certa. Cadeiras mais próximas, cheiro no ombro... no pescoço... o toque nos lábios. A atração inevitável dos pólos opostos. Uma mão entre meus cabelos, que apertava minha nuca. Esse foi o "up".
O beijo foi desajeitado, como só eu conseguiria! [Risos] Formas diferentes de beijar... mas isso não desencorajava, pelo contrário, me animava a brincar com as diferenças. É... as pessoas começaram a ficar curiosas a nosso respeito... olhando demais, daquela forma que começa a incomodar.
Merecíamos privacidade... e conseguimos. Em meio ao meu jeito bonzinho proposital-natural e à maldade arraigada dele. Provocando... brincando... com uma irresponsabilidade consciente quanto ao que estava aquém do momento.

Até que ele me ofereceu o ombro para encostar a cabeça, e mexendo nos meus cabelos, em silêncio, adormeceu. Ali [na lágrima que escorria despercebida] estava toda a minha fragilidade, minha confiança e a proteção carinhosa dele. Eu fiquei a analisá-lo... meio boba, meio má [Não vou contar o porquê!].
Não houve decepção.
Agora ele me conhece, como sou... sem que eu precisasse ser malvada. E eu conheci seu lado passional... consegui identificar o momento exato em que toda aquela racionalidade derreteu.
Na despedida, eu [Doce-de-leite-descongelado] ensaiei aquele meu velho sorriso de quem vai fugir... Não esperei para ver a expressão do Nerd-Carinhoso, ou eu jamais teria ido embora.
Deixo Leoni falar por mim:

"Não fala nada, deixa tudo assim por mim
Eu não me importo se nós não somos bem assim
É tudo real nas minhas mentiras,
E assim não faz mal,
E assim não, me faz mal não

(...)

Não vem agora, com essas insinuações
Dos seus defeitos ou de algum medo normal
Será que você, não é nada que eu penso?
Também se não for, não faz mal
Não me faz mal, não!"

Sua, sempre sua...
Doce-de-leite-descongelado.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Maldade-boa


A maldade...
Sim, a maldade!
Ação enlouquecedora que nos faz um pouco mais passionais em meio ao mergulho na racionalidade. Quem consegue descrevê-la pragmaticamente? Quem entende seus motivos? Quem a propaga?
Eu não sei responder!
Normalmente eu faria uma analogia ao que penso, citando pensamentos e pensadores.
Não hoje.
Não agora.
Hoje, eu enxerguei uma maldade diferente. Uma maldade simplória, que faz doer por ser benevolente.
Impossível? Não, perfeitamente plausível!
Pense comigo... procure um conceito para ela!
Não conseguiu ser objetivo? Não ficou satisfeito com o seu conceito? Adicionaria emendas ao seu conceito final? Como pode? Não sabe?
Tente um pouco mais... Vamos, se esforce!
Sim, somos meros conceitos deformados.
Daqueles que podem ser acrescidos a cada dia.
Dos que fogem ao senso-comum.
Dos que embriagam a alma, desordenam pensamentos, embaraçam o coração.
Já ouvi de um Canalha que adoro clichês. Penso não ser de todo verdade. Os uso, deveras! Mas por uma questão de praticidade... por muitas vezes não conseguir traduzir em palavras meus pensamentos.
Eu gostaria que enxergassem em mim um pouco mais que clichês!
Tenho encontrado ótimos blogs, feito parceiros, amigos... Mas sempre me dizem que não detectam a maldade aqui abordada. Que sou muito boazinha. E os digo, a maldade é um leque... uma lua mudando de fase... um rio contra as pedras... é preciso fugir de conceitos para entendê-la.
Não procure nas entrelinhas... procure desamarrar sua idéia-fixa-cega.
Espera que eu defina a maldade-boa? Não posso... não sei!
Posso contar um fato que ajudaria na compreensão:
Depois de muito tempo você reencontra alguém que já fez parte da sua vida. Tinha uma opinião formada sobre ele... jamais cogitou a possibilidade de uma nova aproximação. De fato, se reencontram... se redescobrem. E quando poderiam fazer outras coisas ditas casuais, preferem continuar conversando, ainda estarrecidos na descoberta de um alguém diferente. E caem as máscaras, os conceitos, as palavras... e se beijam. Fica, enquanto retorna para casa, aquela sensação de que é preciso mais tempo para entender a situação, para o conhecer um pouco mais... Afinal, quando um velho affair desperta um novo interesse não é por acaso... é por tato, FATO!
E onde está a maldade-boa? Não a vê? [risos]
Ela está na conversa inflamada, que queria falar outras coisas... e as fala por intermédio dessa sua sensualidade na oratória... e olho-no-olho se descreve, tentando mostrar que os conceitos são falhos... e respondendo perguntas retóricas do jeito que só a maldade é capaz. Sendo má querendo fazer o bem. Sendo boa fazendo o mal. No meio da conversa boba cravando espinhos, que podem ferir ou acalentar... Então, de volta ao seu mundo, lembra de alguém [meio-desconhecido] e se desconcerta. Sentindo falta de compreender o que confunde e, por isso mesmo, ficar confusa. Mesmo podendo e querendo, se recusa a comparar os alguéns... por serem diferentes e iguais ao mesmo tempo... por confundirem seus pensamentos por motivos diferentes, mas da mesma forma.
Eu poderia tentar traduzir essa maldade que me povoa. Já foi ruim... já foi cínica... já foi esnobe... já foi vã... já foi burra!
Hoje ela é boa, embriagante e envolvente.
Só para não fugir ao meu estilo, deixo Nietzsche falar por mim: Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade.
Meu beijo envenenado de maldade-boa...
Sua e sempre sua,
Srta Emy.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Dardos


" Reconhecer os valores que cada blogueiro mostra a cada dia, seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Em suma demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras..."
Txa......
Primeiro selo do Malvada, Eu?!
Recebi do Blog da Mulher Diferente, que já estava linkadíssimo por aqui!
Deveras agradecida pelo carinho, e muito contente!!
De acordo com o que entendi, devo repassar o selo para mais 6 blogs... indico:
A Princesa e o Canalha
Cadinho Roco
Filosofia do sexo
Mulher Comum
Num Kerdito
Pecados diários

Vale a pena visitar cada um deles, e todos encontram-se linkados do ladinho [Maldades alheias].
Me desmanchando em sorrisos...

sábado, 4 de outubro de 2008

Começo ou fim??

Voltando aqui só para expressar minha decepção...
Entenda, decepção comigo e com a vida!
Me sentindo um grão de areia no meio da imensidão do mar.
Sabe aquela roupa velha, que um dia você não tirava do corpo? Mas que agora está jogada e mofando em algum lugar no fundo de uma gaveta?
Lembra aquele livro que você um dia achou super interessante, mas que agora parece um conto de fadas tosco?
Aquele CD que arranhou de tanto você ouvir, mas que agora vive coberto de poeira? É, você não quer mais ouvir, nem ver... te relembra coisas inoportunas no seu cotidiano fabulosamente novo!
Reconhece aquele amigo de todas as horas, com quem dividia as alegrias e, principalmente, corria em busca do ombro nas tristezas? Ele continua no mesmo lugar... mas você finge que nem lembra onde ele mora!
Me sinto mais ou menos assim... só que pior!
Sabe os desenhos animados? Os personagens correm e passam direto no precipício... mas eles nem caem! Quando olham pra baixo e se dão conta que estão suspensos no ar, sentem aquele frio na barriga... aquela sensação de desmoronamento, desproteção... É aí que caem!
O segredo da vida é isso: nunca olhar pra baixo!
Clichê, mas é tudo que consigo lembrar quando sinto essa sensação de começo-mal-terminado!


Meu beijo, menos malvado e mais dolorido...
Sua, sempre sua...
Srta Emy.