"Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e
sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade."
(Nietzsche)


sábado, 15 de novembro de 2008

Caiu!

Sabe quando sua paciência esgota?
Sabe quando não se aguenta mais só ficar ouvindo alguém, que não tem nada com sua vida, badalando no seu ouvido?
Parentes que se acham família... ARGT! Minha família é composta por meus pais e os dois irmãos que me deram! Só e somente, só!
Mentiras???
É... eu tive que suportá-las!!!
Não sei de onde tirei coragem, fôlego, paciência, sangue frio.
[Respirando 50 vezes antes de continuar...]
Fiquei muito tempo da minha vida só ouvindo.
Deixei as pessoas falarem o que elas queriam sobre mim.
Mas, a gota d'água caiu!!!
Não consegui só ouvir... não!!!
Eu falei tudo que tava engasgado.
Respondi aos gritos, primeiramente, com sensatez.
E, por acaso, desequilibrados entendem quando a outra pessoa está tentando não partir para a baixaria?
Ah não... vem pisar nos meus calos, não!
Nem venham me dizer que o arrependimento da cobra vil e invejosa vai chegar...
Ela é vã... eu não preciso ser.
Inveja, essa é boa!
Cícero já dizia que "A inveja é a amargura que se sofre por causa da felicidade alheia". Eu adoro Marmontel por pensar como eu : "A competição é a paixão das almas nobres; a inveja, o suplício das almas vis."
Pessoas invejosas são capazes de fazer qualquer coisa para derrubar você.
O que dói é o arrependimento de ter ficado calada esse tempo todo...
Deixei de ser eu para conviver bem. No fim? Sou ruim e mentirosa! PODE???
Sou do tipo de esconder minhas doenças, meus problemas, minhas carências...
Daquelas que não sabem pedir nada, só porque acham que cada um já dá o máximo que pode.
Das que procuram não se meter na vida alheia por detestar que se metam na sua.
De mover mundos e fundos para ajudar um amigo, só porque gosta de ver novamente aquele velho sorriso.
De abrir mão daquela resenha de sábado com a sua turma, só para não se aborrecer no outro dia com piadas.
Do que me serve ser assim??? Respondo: De nada!
Ora, não sou santa coisa nenhuma... nem quero! Bah...
A Caixa de Pandora foi aberta bem na minha frente... vou lá esconder defeitos!
Eu peco e muito... eu minto algumas vezes... e nem sempre uma mentira boa, mas em maioria, mentiras que me poupam do mau-humor. Não minto para qualquer pessoa, nem por qualquer coisa. E a omissão não é também uma mentira, Canalha? [Ele tem razão!]
Está aí o castigo por me omitir esse tempo todo.
Aguenta Idiota... agora aguenta!
Os chineses que me perdoem, mas esse negócio de que "A palavra é prata, o silêncio é ouro" é balela! Fale... se não lhe derem ouvidos, GRITE!
Certo está Molière ao dizer que "Um tolo que não diz palavra não se distingue de um sábio que se cala." E ainda mais quando solta o : “Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer”.
Vou ser burra para todo o sempre, mas uma burra falante!
É Breton... "Uma palavra e tudo está salvo. Uma palavra e tudo está perdido".
Faço o quê??? Vou-me embora pra Pasárgada?
Sensação de estar sozinha no deserto... Será que é por realmente estar???
Bem, isso aqui vai ficar abandonado... moscas tomando conta...
Como diria Ward, “O pessimista se queixa do vento. O otimista espera que ele mude. O realista ajusta as velas”.

De mais ninguém...
Srta Emy.

sábado, 8 de novembro de 2008

Morra!

Por que as pessoas acham que podem ser quem elas bem entendem?
Por que elas acham que sempre podem esnobar?
Por que não se demonstra o que verdadeiramente se sente?
Por que iludir, se não se quer reticências?
Por que falar por falar, quando nem se quer ouvir?
Por que perco o meu tempo com tudo isso?
Por que não mando pra P.Q.P e pronto?
Por que não convido aquele gato que me dá o maior mole pra sair?
Por que não tenho aquela noite intensa com aquele que me dá tesão?
Por que não me despir de mim mesma e ser quem desejo?
Por que não páro de besteira e aproveito a vida?
Por que sempre tenho que cumprir protocolos?
Por que não invento de sumir e consigo essa proeza?
Por que não confundo minha cama com uma teia?
Por que não me enrosco nos lençóis e penso no que amo?
Por que preciso viver de traços rabiscados?
Por que tenho que sorrir risos mal dados?
Quer saber? Eu cansei...
Cansei de tentar agradar sem sucesso.
Cansei de dar tudo sem ter nada em troca.
Cansei de tentar sozinha.
Cansei de viver sua vida.
Cansei de chorar escondida.
Cansei de correr na sua trilha.
Cansei de viajar tão longe.
É... eu cansei...
Agora eu voltei a ser a malvada temida.
Eu vou sujar sua vida.
Vou derrubar os obstáculos que me rodeiam.
E desacatar as ordens alheias.
Remarcar todos os compromissos desfeitos.
Suavizar meu corpo em algum leito.
Sim, eu vou!
Mas, como?
Da mesma forma que o céu expulsa as nuvens.
Como a lua esconde o sol.
Da mesma forma que eu fico parada no tempo por horas a fio.
Do mesmo jeito que rejeito meu passado presenteando-me.
Issoooooo.......... tou cansadaaaaaaaaa!!!!!!!
Que me façam de boneca.
Que me tratem por criança.
Que me ponham de lado.
Que tentem me ludibriar.
Que consigam me acalmar.
Que me façam adiar meus planos.
Não! Agora parou!
Eu vou ser quem realmente sou...
E que venham malvadas e inconsequentes.
E que me falte senso e tática.
E que eu derrube tudo que se postar à frente.
Vou entorpecer o menino frágil.
Vou bebericar do cálice derramado.
Chega... de dissimular o que é óbvio.
De demarcar território alheio.
Manipular meu desejo proibido.
Assim... eu sigo sem medo, sem cobranças... sorrindo, satisfeita.
Espero, que não tenha sido em vão...
Meu ódio aclamado.
Meu repúdio escrachado.
Meu sorriso abafado.
Minha lágrima teimosa.
O balanço do samba encorpado.
A mímica do tango rebuscado.
A face por mim inebriada.
Agora, o que fazer???
Que morra você, ele, o outro, o quase, o pouco...
Que matem o gozo não sentido e abafado...
Que chorem pelo que eu não consigo sentir....
Que chamem a quem eu não conseguir...
Enfim... morra!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Aos meus colegas farmacêuticos


Eu poderia descrever pessoas, objetos e situações com extrema imparcialidade, se assim desejasse. Mas, agora que tento descrever como me sinto em relação aos colegas que, junto comigo, trilharam esses quase cinco anos de faculdade... as palavras se escondem!
Como ser imparcial ao relembrar os rostos daqueles calouros assustados? Com ânsia de conhecimento... com sede de novas amizades... com o coração repleto de sonhos.
Lembro, que a minha primeira impressão foi a de ter rumado na direção certa. Sabia que em meu destino deveriam aparecer pessoas como aquelas. Era um mundo novo, repleto de contrastes e de opiniões discrepantes. Mas, pouco a pouco, cada uma daquelas pessoas me cativou de forma ímpar. Aprendi a vê-las de outra forma... a admirá-las por mais irrelevantes que parecessem suas qualidades. Eu aprendi a torná-las, diferentemente entre si, parte da minha vida.
Poderia detalhar inúmeras reuniões de estudo, onde as químicas nos faziam perder o cabelo, onde a farmacologia nos fazia suar as mãos de nervosismo, onde as histórias fantásticas contadas nos faziam gargalhar. Em muitas outras, ao invés de estudar, discutíamos filosoficamente sobre relacionamentos ou sobre a profundidade da vida. Descrever as bebedeiras e porres homéricos já presenciados, as farras e mais farras onde nos esbaldamos. Eu, escrevo por outro motivo.
Nesse final de semana, peguei-me a contemplar a turma toda reunida. Todos posando para fotos, sorridentes, orgulhosos e sim, FELIZES. Foi nas lágrimas emocionadas de um desses companheiros, que meu coração parou para absorver cada detalhe daqueles momentos. Tive a impressão de que todos ali viram passar o velho filme, desde o início até a última foto... com direito a cada queda e a cada grão de poeira sacudido ao levantar.
Hoje, observei atentamente cada foto. O que fica nas fotografias? Somente imagens? Não! Os laços invisíveis que nos envolviam também ficam. As cores, as figuras, os sorrisos... a luz do sol passando sobre os nossos amigos e, até mesmo, o afeto por muitos desconhecido. Fica todo esse sentimento que o final se aproxima e essa etapa vai deixar saudades. Fica a vontade de, mesmo querendo se formar o quanto antes, retardar a quebra desse vínculo. Só para poder aproveitar um pouco mais do que passou despercebido até aí. Só para tratar aquela pessoa de outra forma. Só para que, algum tempo depois, possam apontar para a sua imagem e esboçar um sorriso terno... e sentir falta... e sentir que você também fez parte daquela conquista.

A Farmácia não é uma profissão fácil. Não é um curso qualquer. Não é para um quaquer. O farmacêutico é antes de tudo um forte. Mesmo quando é apontado como um mero balconista. Mesmo quando a equipe hospitalar não o valoriza. Mesmo quando a sociedade o desconhece por trás do exame diagnóstico, da pílula diária, da loção corporal. Manipulando a razão e a emoção para obter a cura, administrando a vida. Ele está sempre ali, disponibilizando seu conhecimento e trabalho. Cometendo o erro de não cobrar o devido valor da sua profissão.
E com toda a dificuldade de ser farmacêutico, aqui estamos. Por motivos diferentes, com estratégias diferentes, partindo para rumos diferentes... esperando que a entrega, a satisfação e a essência não sejam diferentes. Como diria Quintana, "Sonhar é acordar-se para dentro."
Eu gostaria de abraçar afetuosamente cada um dos meus colegas agora... e fazê-los perceber que nada nesses anos foi em vão.
Eu gostaria de dizer "muito obrigada" a todos, por me proporcionarem evolução profissional e pessoal, independentemente do momento em que isso ocorreu.
Eu gostaria de segurar a mão de cada e dizer que esse laço não precisa ser desfeito.
Eu gostaria de sentir tudo isso de novo, só para ter certeza que não perdi nenhum detalhe.
Se perguntem: Por que não o fiz???
Eu tentei dizer e fazer... as palavras engasgaram e eu segurei minhas lágrimas. Não por vaidade ou orgulho. Achei mais importante deixar tudo isso no meu sorriso, mesmo que eu não saísse bem nas fotos... pois era o meu sorriso que demonstrava o quanto eu estava nostálgica, emocionada e agradecida. No meu sorriso eu tentei passar o quanto eu gostaria de apertar esse laço e deixá-lo me envolver pra sempre.
Não seria justo se eu não escrevesse esse turbilhão de emoção que sacode meu peito.
Por aqui eu retribuo cada abraço que me foi dado, cada beijo desprendido, cada sorriso retribuído.
Por aqui eu digo o quão importante vocês foram para que eu me tornasse o que sou hoje.
Por aqui eu peço que revejam as fotos e tentem observar além da imagem.
Não posso deixar para dizer isso no dia da formatura, porque eu poderia não dizer da mesma forma, não descrever tão bem ou não ser fiel e me acovardar.
Segundo Voltaire, "Uma coleção de pensamentos deve ser uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males". Em meio a todas as fotos, façamos uma coleção de pensamentos para que entendamos o real sentido do momento.
Como em juramento diremos:
"E espero a graça divina do amparo, para que eu saiba cumprir com dignidade a minha profissão."
Aos formandos de Farmácia 2009.1 da UFRN, meu mais terno abraço e mais envolvente sorriso.